Refugiados. Papa alerta para risco de infiltração terrorista, mas diz que é obrigação acolher quem foge da guerra

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A atual vaga migratória que assola a Europa acarreta um risco, real, de infiltração terrorista alerta o Papa Francisco em entrevista exclusiva à Rádio Renascença.

“Reconheço que, hoje em dia, as condições de segurança territorial não são as mesmas de outra época porque, na verdade, temos, a 400 quilómetros da Sicília, uma guerrilha terrorista sumamente cruel, não é? Então, existe o perigo da infiltração, isso é verdade”, disse o líder da Igreja Católica.

Ainda assim, assume que a Europa tem por obrigação acolher todos aqueles que aqui chegam fugidos da guerra e explicou por que razão, no Angelus, a 6 de setembro, pediu às paróquias para acolherem os refugiados.

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“O que eu pedi foi isto: que cada paróquia, cada instituto religioso, cada mosteiro, acolha uma família. Uma família, não uma pessoa. Uma família dá mais segurança de contenção, um pouco para evitar que haja infiltrações de outro tipo. Quando digo que uma paróquia deve acolher uma família, não digo que tenham de ir viver para a casa do padre, para a casa paroquial, mas que toda a comunidade paroquial veja se há um lugar, um canto num colégio para aí se fazer um pequeno apartamento ou, na pior das hipóteses, que arrendem um modesto apartamento para essa família; mas que tenham um teto, que sejam acolhidos e que se integrem na comunidade”, disse.

Para o Papa, a atual crise dos refugiados é “a ponta de um icebergue” criado por “um sistema socioeconómico mau e injusto, porque dentro de um sistema económico, dentro de tudo, dentro do mundo – falando do problema ecológico –, dentro da sociedade socioeconómica, dentro da política, o centro tem de ser sempre a pessoa”.

E acrescentou: “O sistema económico dominante, hoje em dia, descentrou a pessoa, colocando no centro o deus dinheiro, que é o ídolo da moda. Ou seja, há estatísticas, não me recordo bem (isto não é exacto e posso equivocar-me), mas 17% da população mundial detém 80% das riquezas.”

Francisco lembrou ainda que também ele é “filho de emigrantes” chegados à Argentina na “onda migrante do ano 1929”.

“É verdade que, naquela época, havia trabalho, mas, os da minha família – que tinham trabalho quando chegaram, em 29 –, no ano 32, com a crise económica de 30, ficaram na rua, sem nada. O meu avô comprou um armazém com dois mil pesos que lhe emprestaram e o meu pai, que era contabilista, andava a fazer distribuição com a canasta; ou seja, tinham vontade de lutar, de vencer… Eu sei o que é a migração!”, conto o Papa.

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