Remate certeiro: Marcelo Rebelo de Sousa enganou-se no avião e voou para a Madeira…

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Marcelo Rebelo de Sousa enganou-se no avião e voou para a Madeira…chegando ao Algarve três dias depois… do desejado pelos algarvios…

Esta era uma crónica já anunciada, pois na data e calendário, em que aguardávamos a presença e participação junto dos AUTARCAS e empresários algarvios, pela posição injusta, com que o Governo inglês tratou o Algarve, o Presidente, acabou por rumar à Madeira e um tsunami de desilusão varreu toda a Região.


É um facto, que no começo da semana, e com este REMATE CERTEIRO na redação, tomámos conhecimento da visita ao Algarve, de Marcelo Rebelo de Sousa, onde fez eco de todo o seu desencanto e grande solidariedade em relação à Região, mas para nós, já não foi a mesma coisa.

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Para nós, e para o momento que o Algarve atravessa de desilusão e pura injustiça em relação do governo de sua majestade, em cuja região, habitam o maior número de cidadãos ingleses, que residem em Portugal, fazia sentido sim, Marcelo ter vindo logo ao Algarve.


«Prontos» o Presidente da República acabou por vir ao Algarve, onde trouxe mensagens de esperança e sua habitual solidariedade, numa reunião, onde couberam os dezasseis representantes das autarquias, Região de Turismo do Algarve, dirigentes das AHISA e da AHETA, mas repetimos, o avião que o levou à Madeira, tinha que mudar a agulha e deslizar para o Algarve.


Diz a imprensa que o Professor Marcelo teria dito: «temos de puxar pelo Algarve» e «rápido».


É um facto, segundo a mesma imprensa, que a iniciativa partiu do Presidente da República, reafirmando mesmo, que «temos que ter o turismo no pensamento», mas também lançou um olhar sobre o COVID19 «não há razão nenhuma para o Algarve ser prejudicado devido à Covid-19. Nenhuma». Só que na mesma altura em que decorria o jantar em Monte Gordo, mais de vinte pessoas, todas juntinhas, jantavam num dos apoios de praia em Quarteira e de autoridades nada…


Desta vez, quanto a nós, sem pressa de chegar ao Algarve, porque a Madeira estava primeiro, Marcelo Rebelo de Sousa, ainda fez as tão famosas selfis, numa envolvente de estar tudo na paz do senhor. E sobre o reino unido. «Temos que mudar a agulha para outros destinos turísticos», afinal uma coisa que nós não sabíamos…


Contudo, a vinda ao Algarve, desta vez, quanto a nós, foram do prazo, não alterou o nosso REMATE CERTEIRO, e aqui vai.


Parecia que tínhamos regressado a 1965, quando a 11 de julho foi inaugurado o Aeroporto de Faro, com a presença do outro presidente da República, Almirante Américo Tomás, quando toda a gare do aeroporto e arredores, quase até à ponte que liga aos saltinhos Faro, à chamada Ilha de Faro, tudo isso devido ao confinamento e ao consequente distanciamento social, milhares e milhares de crianças, em representação de todas as escolas do Distrito de Faro, empunhando bandeirinhas de Portugal, fortemente agitadas pelo vento que soprava de sueste, aguardavam a presença do Presidente da Republica, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, que se deslocavam ao Algarve para demonstrar a sua solidariedade não apenas com os algarvios, aqueles que aqui vivem e trabalham (a maior parte está no desemprego) mas também com os empresários do sector.


A revolta era de verdadeira agonia e frustração, e alguns cartazes, inspirados no ontem e no hoje, descreviam bem a mágoa e injustiça que o Algarve passava, pelo facto do País ter sido riscado da chamada rota inglesa.


Um dos cartazes dizia: «A CULPA É DO ENFERMEIRO PORTUGUÊS» e um outro, empunhado pelas mãos trémulas de dois homens com mais de 70 anos, dizia: «YOU HAVE ALREADY FORGOTEM WHEN WE DATED THE BRITISH GIRLS».


Quanto às palavras de ordem todas elas eram amolgadas ou afastadas, assim a modos de golpe de anca, pela grande mensagem: OBRI GA DO, OBRI GA DO, AMIGO MARCELO. O ALGARVE ESTÁ CONTIGO.


Não importava se rimava ou não, era a voz do coração, e a verdade é que as palavas de ordem silenciavam todos os ruídos do aeroporto.


Ao contrário de Américo Tomás, que na véspera da inauguração do Aeroporto de Faro, tinham ficado hospedado, na Pousada de São Brás de Alportel, Marcelo Rebelo de Sousa, apesar de ter sido convidado para pernoitar na freguesia das Cabanas, no concelho de Tavira, numa barraca cedida por pescadores, onde estes guardam os apetrechos, optou por ficar em Belém.


Ainda a respeito, do Aeroporto de Faro, que faz 55 anos, no dia 11 de julho, importa recordar, como se lê no livro: «Governo Civil de Faro, 175 anos de história, que entre 17 de Janeiro de 1948 e 7 de Setembro do mesmo ano, passou pela governação do Algarve, Manuel de Barros Amado Cunha, oficial da força aérea, que devido ao facto de ser Oficial da Aeronáutica, consta que veio para o Algarve também com o propósito de encontrar as melhores soluções para a construção do Aeroporto de Faro.

Aeroporto de Faro, faz no dia 11 de Julho, 55 anos que foi inaugurado. Desta vez Marcelo Rebelo de Sousa, perdeu o avião e foi parar à Madeira


Apesar das várias reuniões que efectuou com as Câmaras Municipais, não encontrou as melhores respostas para que fosse possível apresentar uma proposta ao Governo.


Numa dessas reuniões, que tinha como agenda procurar saber que apoio disponibilizariam as Câmaras para o Aeroporto de Faro, consta que o Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, teria tido a seguinte reacção: – “Nós não apoiamos o Aeroporto de Faro. Quando nós quisermos um aeroporto, depois construímos em Vila Real de Santo António.”


Mas voltemos ao grande cenário, que no Aeroporto de Faro, esperava a presença da Marcelo Rebelo de Sousa, com as viaturas da rent-a-cars, a aguardá-lo com sonoros buzinões de felicidade, e em cuja gare estava montada uma tenda gigante, onde despontavam as cores da bandeira nacional e um púlpito ladeado de flores de amendoeira, que no dia anterior tinham ido buscar à arca congeladora da Direcção Regional de Agricultura, enquanto que continuava a exibir-se com enorme brilhantismo o rancho folclórico infantil de Loulé.


Aguardavam por sua excelência, levando nesse dia saltos altos para dar mais nas vistas, o Presidente a AHETA, Elidérico Viegas, que a ser verdade a quantidade de papeis que transportavam consigo, iria falar mais de duas horas.


Já tinham aterrado no aeroporto de Faro, mais de 30 aviões, e do senhor Presidente nada. O Director da ANA, em Faro, ainda ligou para o aeródromo de Portimão, para saber se por engano o avião que transportava Marcelo Rebelo de Sousa, teria aterrado em Portimão, o que teria alguma lógica, pois a presidente da Câmara Isilda Gomes, não constava na lista protocolar para a recepção ao senhor Presidente.


Só três horas depois, com o calor tórrido a fazer desmaiar crianças e idosos, é que chegou a mais decepcionante informação, aquela que aos algarvios cheirava a traição. Marcelo Rebelo de Sousa, com a pressa sempre com que se movimenta, entrou no avião errado e foi parar à Madeira. Aliás, por essa altura já tinha saído do Montijo dois caças na esperança de se aperceberem por onde andaria o avião (C130 da Força Aérea) de Marcelo.


Decepcionada, mesmo com cara de enjoada, estava também a responsável pela cultura do Algarve, que se apresentava no aeroporto com um novo visual, com receio que alguns dos cartazes lhe pudesse ser injustamente dirigidos pelo grande trabalho que tem vindo a fazer pela cultura do algarve, que segundo soubemos, levava consigo uma enorme mala de cartão cheia de obras editadas nos últimos anos pela instituição da cultura algarvia, sobre poetas e escritores algarvias, assim como os últimos dez livros de memorandos onde estavam inscritas todas as manifestações culturais realizadas no algarve, nos últimos anos. Aliás, a carga era tão pesada, que até pediu emprestado a um sem- abrigo um carrinho de supermercado.


A verdade é que o ódio com que os ingleses, assim a modos de cortar de alto abaixo, tinham tratado Portugal e o Algarve, tinha atirado para segundas apostas a guerra aberta entre o professor Adriano Pimpão e a Câmara Municipal de Loulé, isto é o presidente Dr. Vítor Aleixo e o próprio partido socialista local.


Nesse dia telefonou-me um amigo para a me dizer. «Nada disso me espanta. O Vítor deu-lhe demasiada confiança…», mas logo um outro a dizer-me o contrário. «É pá, Neto! o Pimpão tem razão.»… Bem aqui rima mas não sei se é verdade.


O que é verdade é que se abriu uma brecha enorme, pelo prestígio que Adriano Pimpão tem no mundo académico, mas sobretudo, porque até agora, que eu saiba, não surgiu nenhum gesto por parte do PS algarve ou PS Nacional, ou da própria AMAL, em relação ao diferendo. Se calhar vi mal, ouvi mal, ou li mal.


Sinceramente, depois de ler e ouvir o que disse o Dr. Medina, em relação ao COVID19 e as resposta, assim a modos de um golpe de anca, por marte da Ministra da Saúde, sinto, mesmo que sejam coisas da casa, que o Governo de António Costa e o PS não podem andar a dizer que não se passa nada, evitando que o povo ande aos gritos a proclamar: «Da política à cultura, existem bancadas cheias de falhados, que mesmo de máscara não conseguem disfarçar».


Entretanto, porque já nos confirmaram que o Prof Marcelo entrou mesmo no avião errado, ignorando o Algarve, que são a grande escravatura da economia algarvia, optando pela Madeira, se calhar com saudades do Max (o cantor e não o cão), Loulé volta ao centro de agitação na escolha do novo presidente da Assembleia Municipal. Eu sei que tinha tudo para liderar a Assembleia Municipal, e mais que fazer contas curriculares e grandes filas de experiências, é preciso retermos a memória, e não fazermos como o professor Marcelo, que se enganou no avião, e já nem quero saber, se ele já agendou mesmo uma visita ao Algarve, dormindo uma semana antes no avião, para evitar que não vá parar às Canárias.


Não tínhamos dúvidas, os próximos tempos em Loulé vão ser terríveis. Aliás, como escreveu, Carlos Albino, no seu SMS 857. «Comprem um caderno e vão apontando, ao longo dos próximos meses, os mimos com que se irão presentear administrações locais e oposições. Já começou.


Vai haver poucos adjectivos nos dicionários para satisfazer o desejo aberto de violência autárquica.»


E a respeito desta citação, que deve ser guardada na nossa agenda de preocupações, mas agora com a ponta da faca apontada à TAP, liberto uma outra, esta da autoria de Clara Ferreira Alves, na página 3 da Revista Expresso, quando escreve. «[…] Por quanto e quanto tempo? Não chega termos andado anos a salvar a TAP dos negócios daninhos do Brasil, instalando administrações brasileiras que se revelaram incompetentes, insolventes e interesseiras? A TAP, pública ou privatizada, foi uma derrota de todos os governos que se ocuparam dela. E agora, que o negócio da aviação se desmorona, podemos conceber uma companhia aérea solitária e ruinosa?


O povo português irá sofrer nos próximos anos.


E não tolerará mais resgates, mais ajudas e mais impostos e austeridades para salvar símbolos e grupos. O populismo não é a salvação da perda de autoridade. O populismo é a tribuna dos falhados.»


Que pena continuarmos todos a olhar para ar, sem distinguirmos o real do abstracto, sem sentirmos o cheiro de fome, da morte que desagua em todas as nossas ruas, de gente que já perdeu tudo, de gente incapaz de se reerguer, de gente que já não consegue disfarçar a miséria que alimenta as suas vidas, de gente sem pão, nem piedade, de gente que vive na ilusão, que nasceu num País cheio de sonhos, que acreditou que o 25 de abril e a Democracia, seguramente que não iriam, porque o mundo também não é capaz de combater o COVD 19, mas que a democracia fosse capaz e a constituição é bem clara, de pôr a justiça a funcionar, com prazos, com confiança, sem a lengalenga de outras formas de populismo, de gente que se alimenta de prazos, de falhas das quais desconfiamos, que nos tiram o sono, e que é o grande tribuno aos corruptos.


No outro dia, recebi uma carta da segurança social a informar-me que vão descontar mais um por cento da minha reforma, apeteceu-me gritar, «FIQUEM COM ELA. FIQUEM COM ESTA MERDA PARA AJUDAR O MOTORISTA A DAR GORJAS AO ARRUMADOR DOS CARROS OFICIAIS, GUARDEM-NA E COMPRE REMÉDIO PARA AS BARATAS…»


Não podemos continuar a fazer de conta, a entrarmos nos aviões errados, a baixarmos as calças aos ingleses SÓ PORQUE SÃO DONOS DA IBÉRIA, a ver as nossas televisões a entrevistarem sempre os mesmos, a fazer de nós, assim a modos «de quem quer casar com um agricultor», mas antes, de chamarmos os bois pelos nomes na cultura, nas autarquias, na saúde, das instituições sociais, nos tribunais, nesta chaga cada vez mais aberta em Portugal, que é o COVID19.


Que de Norte a Sul, saibamos não ignorar que apesar do tão falado desconfinamento social, o pessoal não anda cumprir NADA, nem coisa nenhuma, continuam a subsistir as festas, os ajuntamentos, as faltas de respeito, ninguém usa máscaras, andamos todos a imitar o manguito do «zé-povinho». E não existe policiamento, nem de proximidade, ou então ele anda a jogar às escondidas comigo.


No outro dia, enquanto assistia na tv, numa esplanada ao jogo entre o Benfica e o Boavista, um jovem quase que se colou aqui ao velhote, e quando lhe disse por favor para se afastar, respondeu de imediato e sem vacilar. «Afastar-me? Eu não estou infectado, só se você está…»


Com esta resposta, quase que me apetece deixar um recado ao João Prudêncio: «Velho camarada de armas da escrita e da palavra, a resposta do jovem, não tem nada a ver com a esquerda e a direita, e muito menos com a universidade ou a escola básica, tem a ver com outra coisa, que tu defendes, e que o Carlos Albino, também sustenta com grande oportunidade, no SMS 857:«[…] É por isso que, historicamente, os excessos de linguagem antecipam os excessos de violência […]. Mas eu acobardei-me. Puderam, com 75 anos…

Neto Gomes

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