Um dia com cafés e restaurantes fechados na próxima semana é a forma de protesto que está na calha contra o intento do Governo em subir o IVA.
A Associação da Hotelaria, Restaurantes e Similares de Portugal (AHRESP) prepara o Dia Sem Restaurantes, ou o Dia Nacional de Protesto, contra os intentos do Governo em subir o IVA para 23%.
Será um dia em que os cafés e os restaurantes estarão encerrados, “com todos os prejuizos que isso acarreta”, afirmando a AHRESP ter o apoio de 80 mil estabelecimentos nesta mobilização.
Esta paralisação de restaurantes será decidida a 11 de outubro, durante um encontro do sector em Lisboa convocado pela AHRESP, que conta com a intervenção do economista Marcelo Rebelo de Sousa.
“A sopa não é um artigo de luxo”
A avançar, a ‘greve’ dos restaurantes decorrerá na próxima semana, antes da apresentação do Orçamento de Estado para 2012, agendada para 17 de outubro.
Para a AHRESP, este é um “ato de desespero”, já que, segundo os cálculos da associação, com a subida do IVA da taxa atual de 13% para 23%, 54 mil restaurantes iriam fechar as portas arrastando consigo mais 120 mil pessoas para o desemprego, e implicando perdas diretas para o sector de €1,8 mil milhões.
A subida do IVA que está à mesa do Governo também chega “à sopa e à sandes dos alunos e trabalhadores”, envolvendo cantinas e refeitórios. “A sopa não é um artigo de luxo, e não pode ter uma taxa de IVA igual à das jóias e dos iates”, frisa José Manuel Esteves, secretário-geral da AHRESP.
