Salão de Paris é o ponto de viragem para carros elétricos

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As construtoras de automóveis vão encontrar-se este fim de semana no Salão Automóvel de Paris dando sinais de pujança com a apresentação de novos modelos de inovações tecnológicas, tais como os carros elétricos prontos para entrar no mercado.

No ano passado, devido à crise económica e financeira, alguns dos salões mundiais de automóveis foram obrigados a cancelar os seus eventos, um impacto que surgiu com os cortes radicais que algumas marcas foram obrigadas a fazer perante a demonstração evidente de grandes prejuízos e iminentes falências, como foi o caso da General Motors, grupo PSA ou Renault/Nissan.

Para fugir à crise, a indústria automobilística focou a sua expansão para mercados emergentes, como a China, para compensar a estagnação e a forte concorrência na Europa.

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Mais de 300 marcas de 20 países são esperados no Salão Automóvel de Paris, aberta aos profissionais a partir de quinta feira e ao público em geral a partir de 2 de outubro até 17 de outubro.

As marcas francesas estarão na linha da frente, com a Renault a apresentar a sua gama de carros elétricos, e PSA – Peugeot/Citroën a revelar os seus novíssimos Peugeot 508 e Citroën C4.

No entanto, “é demasiado cedo para dizer que a indústria resistiu à crise”, diz à France Press Mark Fulthorpe, especialista da consultora CSM Worldwide.

Após o fim das medidas de apoio dos governos à indústria automobilística, “os fundamentos da economia não foram suficientes para convencer as pessoas a comprar carros novos”, observa.

Na Europa, os fabricantes esperam para este ano uma queda de 7 por cento nas vendas e onde Portugal será uma exceção à regra, já que está previsto um crescimento em torno dos 15 por cento.

Noutras geografias, as vendas continuam a crescer em alta velocidade, como na China, agora o maior mercado do mundo e novo ‘Eldorado’, onde os fabricantes estrangeiros estão amplamente presentes.

“A Europa e os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) são o principal mercado-chave. A Europa deve defender as suas posições naqueles mercados e prever que tipo de veículos podem ser consumidos naquelas geografias”, explica Bertrand Rakoto, analista automotivo RL Polk, à France Press.

No Salão Automóvel de Paris, os carros totalmente elétricos terão novamente destaque. A Renault revela a sua gama com o Fluence e o ZE van Kangoo Express, à venda em 2011, e quase versão final do Zoe, um modelo emblemático do futuro.

Por seu lado, a PSA começa a comercializar o pequeno citadino Ion Peugeot e Citroën C-Zero, derivado do Mitsubishi i-MiEV, e a Nissan, em Paris, mostrará o Leaf, modelo com o qual a marca japonesa tem um acordo com o Governo português e que inclui a uma nova fábrica para produção de baterias em Cacia.

“O momento atual é marcamente porque vão estar no Salão os carros elétricos que qualquer cidadão pode comprar”, diz Carlos da Silva, analista da IHS Global Insight.

Carlos da Silva observa, no entanto, que “toda esta nova tecnologia é ainda a ponta do iceberg, mas, na prática, quem continua a vender e quem fez a maior parte das vendas são os carros tradicionais.

AL/JA

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