Síria. Quase meio milhão de pessoas já morreram ou ficaram feridas em cinco anos de guerra

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Os habitantes da província de Alepo são massacrados quer pelos ataques das forças de Bashar al-Assad, como o da imagem, quer por ataques falhados das forças da coligação

Os números são avassaladores e, sem fim à vista para a guerra civil da Síria que está prestes a entrar no sexto ano consecutivo, tenderão a aumentar nos próximos meses. Segundo um relatório divulgado na manhã desta quinta-feira pelo Centro de Investigação de Políticas da Síria, 11,5% da população já morreu ou ficou ferida como consequência direta ou indireta da guerra, o que equivale a mais de 470 mil pessoas; a par disso, revela o mesmo instituto, 45% do total da população síria, que antes da guerra correspondia a cerca de 23 milhões de pessoas, está deslocada dentro e fora do país.

O “The Guardian”, que teve acesso exclusivo ao documento, refere que os números agora apresentados com o balanço da sangrenta guerra iniciada em março de 2011 são muito superiores aos que as Nações Unidas foram atualizando até pararem a contagem há 18 meses. Na altura, a ONU falava em cerca de 250 mil pessoas mortas ou feridas em todo o país.

O estrondoso balanço apresentado esta manhã surge a par de avisos renovados sobre a degradação rápida da situação em Alepo, província tomada por grupos rebeldes que o regime sírio de Bashar al-Assad, com o apoio das forças russas, tem estado a bombardear nos últimos dez dias.

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Alepo a ferro e fogo está sem água e já perdeu 50 mil habitantes em dez dias

O intensificar das batalhas no terreno em Alepo e o aumento dos bombardeamentos aéreos nessa província já deslocaram “cerca de 50 mil pessoas”, alertou esta quinta-feira a Cruz Vermelha Internacional, referindo que a situação humanitária está a deteriorar-se rapidamente e que, neste momento, o fornecimento de água à cidade está completamente cortado.

Com a ajuda da força aérea russa, as forças do regime de Bashar al-Assad estão há mais de uma semana a bombardear alvos de grupos rebeldes, que detêm o controlo da cidade há mais de um ano. A maioria dos deslocados provocados por essas batalhas está neste momento às portas da Turquia, aguardando a possibilidade de entrar no país que mais refugiados sírios acolheu desde que estalou a guerra civil.

As autoridades turcas, para já, continuam a ignorar os pedidos de reabertura da fronteira de Kilis, com o governo de Ahmet Davutoglu a referir inclusivamente esta semana que só irá aceitar a entrada de mais refugiados na Turquia “quando for necessário” — numa altura em que as negociações de paz para a Síria estão suspensas. Em apenas dez dias, mais de 500 pessoas já perderam a vida em Alepo.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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