Sócrates acusa Ministério Público de querer “impedir a vitória do PS”

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O antigo primeiro-ministro não tem dúvidas de que está preso sem razões e que o objetivo do Ministério Público é impedir a vitória do Partido Socialista nas próximas eleições legislativas. Esta quarta-feira, através de um artigo de opinião enviado para a SIC e para o “Jornal de Notícias”, Sócrates revela ainda que o antigo procurador-geral da República do Paquistão, Makhdoom Ali Khan, que comprou a sua casa em Lisboa, também está a ser investigado.

“Ao fim destes longos nove meses, creio que é tempo de todos tirarem uma conclusão: fui preso sem que existissem quaisquer provas contra mim. A interpretação mais benigna, embora ainda assim intolerável, é a de que me prenderam para investigar. Mas há outra. À medida que o tempo passa, cresce a legítima suspeita de que este processo tem como verdadeira motivação condicionar as próximas eleições e impedir a vitória do PS”, lê-se na carta divulgada pela SIC e JN.

Num documento com cinco páginas A4, Sócrates insiste que a sua acusação “é totalmente absurda, totalmente infundada e totalmente injusta” e a justiça cometeu “um erro monstruoso”. O ex-chefe de governo garante que não está surpreendido que não tenham sido encontradas provas para o incriminar, pois estas não existem.

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“A investigação não foi capaz de, em todo este tempo, de apresentar uma única prova, e muito menos uma prova consciente, de qualquer crime que me possa ser imputado! Não é nada que me surpreenda.”

Para José Sócrates, a investigação de que está a ser alvo “goza de um beneficio de dúvida”, ao contrário do que acontece com o réu. A opinião pública “mais crédula” admite que o processo “possa conter alguma prova ainda não divulgada e que tenha conseguido escapar às constantes ‘fugas’ ao segredo de justiça”, enquanto os magistrados das instâncias superiores validaram a prisão “porque, face ao que está em jogo, tendem a conceder à investigação uma tolerância inadmissível num processo justo”.

O comprador da casa que também está sob investigação

José Sócrates revela ainda nesta carta, assinada a 15 de agosto (passado sábado), que o antigo procurador-geral da República do Paquistão, Makhdoom Ali Khan, está a ser investigado pelo Ministério Público pelo simples facto de ter comprado o imóvel no edifico Castilho-Heron, em Lisboa, que pertencia ao antigo primeiro-ministro.

“O Ministério Público ordenou uma investigação a um cidadão paquistanês pelo facto deste ter decidido comprar um apartamento. A única razão parece residir no facto desse apartamento ter sido meu. Já não se trata, apenas, do respeito que deve às pessoas e aos seus direitos, mas de perder o respeito que o Ministério Público deve a si próprio”, escreve Sócrates no final da carta.

Este fim de semana, o Expresso noticiou que o paquistanês sente-se enganado com o negócio, uma vez que tinha sido acordado “que o recheio era para ficar, mas quando os meus advogados obtiveram a chave e foram lá ver em que condições estava a casa, os móveis, incluindo sofás e mesas, tinham sido levados”. Makhdoom Ali Khan desembolsou 675 mil euros para adquirir o T3 na zona do Marquês de Pombal.

José Sócrates foi detido no âmbito da Operação Marquês sob suspeita de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.

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