Tragédia de Cádis foi há 75 anos

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A mega explosão, a 18 de agosto de 1947, ouviu-se no Algarve. Tinham explodido cerca de 200 toneladas de TNT repartidas por mais de 1200 minas submarinas e cargas de profundidade que estavam armazenadas num pavilhão da base naval em condições deploráveis.

“Fez mais barulho que a peça de Cádis…” dizia-se (e ainda se diz) na minha terra perante um grande estrondo. Esta expressão, corrente em Vila Real de Santo António, tem um fundamento: decorre de um trágico evento sucedido há exatamente 75 anos na antiquíssima cidade que dá nome ao golfo que banha o sudoeste espanhol e a costa sul algarvia. Mas esse tremendo e estrepitoso ruído, ouvido também em Portugal, não resultou do disparo ou do rebentamento de um qualquer dos vários canhões que defendiam a praça gaditana…

Antonio Machín, o grande cantor cubano de boleros, fora contratado para cantar em Cádis no dia 18 de agosto de 1947. Vivia-se então aí um verão tedioso, num pós guerra marcado pela penúria e pela violenta e vingativa perseguição a tudo o que fosse republicano, ou pior ainda, “vermelho”… Até os típicos carnavais foram proibidos: o regime franquista temia a habitual mordacidade, por subversiva.Antes da actuação do famoso cubano, cabia escutar o noticiário da Rádio Nacional de Espanha, a emitir às 21h45 (menos uma hora em Portugal, já nesse tempo). Soaram os “pis”, porém o último já não pode ser ouvido porque uma gigantesca explosão deflagrava na base de defesa submarina adjacente ao bairro operário de S. Severiano. Naquele início de noite o céu ficou subitamente vermelho, o clarão foi observado em locais tão distantes como Sevilha ou Ceuta, sendo o imponente estrondo claramente ouvido no sotavento algarvio entre V.R.S.António, a 120 km e Faro, a 150 km. Afinal o que é que sucedera?

Tinham explodido cerca de 200 toneladas de TNT repartidas por mais de 1200 minas submarinas e cargas de profundidade que estavam armazenadas num pavilhão da base naval em condições deploráveis. Ora as referidas cargas de profundidade, de fabrico alemão, continham um componente altamente instável, o algodão-pólvora, caracterizado por uma rápida degradação dada a fermentação (acelerada pelo calor) que sofre. É de realçar que outros tantos explosivos que estavam noutro pavilh...

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