Um Regresso às Memórias no exílio

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Após uma viagem turbulenta, chegava ao Porto, cidade até aí completamente desconhecida, estávamos em Agosto de 68. Tinha à minha espera um quarto previamente alugado com direito a cama, roupa lavada e dois banhos por semana, uma pequena mesa que servia de secretária, uma máquina de escrever e um livro policial em língua francesa cuja tradução me serviria de justificação para a minha presença e as minhas, por vezes longas, ausências.

Regressava de uma longa viagem que tivera como ponto de partida Moscovo, cidade na qual acabava uma permanência de pouco mais de um ano, estudando no Instituto de Ciências Políticas e Sociais a aproximação com os clássicos do então chamado Marxismo-Leninismo, o que todo significava a presença e valor teórico de Marx e Engels, de Lenine, do valor da revolução bolchevique na construção de um novo Estado e de um outro regime que deu origem à formação da República Socialista Soviética a URSS.

O grupo português de que fazia parte era diminuto, reduzido a três presenças num universo em que predominava uma alargada presença de brasileiros, a par de franceses e italianos. Aprendíamos os rudimentos da língua russa em aulas próprias o que nos servia, após os primeiros meses, para no essencial abrir pontes de diálogo com os habitantes da cidade o que para mim significou, apesar das restrições que nos foram impostas no código de disciplina do Instituto, para estabelecer contactos com gente comum, alguns já com uma proximidade emocional a envolver-nos.

No período de férias escolares foi-nos dada a oportunidade de visitar cidades, uma delas de que guardo francas memórias, a então chamada Leninegrado, cidade esplendorosa iluminista cuja acesso foi possível através de uma longa viagem de uma noite inteira de comboio, tempo gasto com parceiros de língua portuguesa ou francesa, acompanhado sempre de um chá, bebida a que acabei por me acomodar.

Na longa permanência acabei por descobrir em Moscovo lugares de convívio e diversão. Música, jogos d...

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