Natália Gonçalves, de 46 anos de idade, é cozinheira há 22 anos no restaurante da família (Joaquim da Praça), numa pequena aldeia perto de São Bartolomeu de Messines, concelho de Silves.
Depois de uma vida passada entre tachos e panelas, Natália foi agora premiada na Gala da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, na categoria Cozinheira Tradicional do Algarve.
“É um grande orgulho”, avança ao JA. Natália não tirou nenhum curso de cozinha. Tudo o que sabe aprendeu com a mãe, também nela cozinheira, e com a prática de mais de duas décadas a tratar os tachos e as panelas por tu. “As trocas de ideias com amigos e clientes também foram importantes”, reconhece Natália Gonçalves, que se dedica de corpo e alma à gastronomia algarvia.
No menu do restaurante surgem alguns dos pratos tradicionais que quase caíram no esquecimento, com a galinha cerejada à cabeça. “Trata-se de uma receita antiga que voltámos a incluir na ementa há cerca de três anos e que está a fazer as delícias dos amantes da boa cozinha algarvia”, salienta.
Além das receitas típicas que faz questão de salvaguardar e promover no seu restaurante, Natália Gonçalves aposta na utilização dos produtos genuínos e típicos do Algarve, entre os quais a batata-doce, o grão, o feijão, assim como as migas e as papas de milho feitas de modo caseiro.
É por estes motivos que a cozinheira foi premiada pela Confraria dos Gastrónomos do Algarve e o restaurante Joaquim da Praça tem uma clientela fidelizada. Ainda assim, Natália Gonçalves diz que a crise também afeta o seu negócio. “As pessoas optam cada vez mais por pratos mais económicos, como as feijoadas, o feijão com couve e carne salgada, entre outros que ficam mais em conta”, refere, frisando que geralmente os 60 lugares do restaurante estavam diariamente cheios e, agora, “ficam reduzidos a 25 por cento em alguns dias”.
