Para cada bolsa uma solução para desfrutar da terceira idade no Algarve
No passado dia 1 de outubro assinalou-se o Dia Mundial do Idoso. Um pouco por todos os concelhos foram preparadas festas e atividades para assinalar a data e animar os seniores algarvios. Para o diretor do Centro Distrital da Segurança Social, Arnaldo de Oliveira, não há dúvidas que a sociedade portuguesa está empenhada em proporcionar cada vez mais “uma velhice bem passada e com a qualidade que os nossos idosos necessitam e merecem”
Sofia Cavaco Silva
Chegar a uma idade mais madura não tem de ser sinónimo de isolamento, solidão ou doença. Depois de várias décadas em que a sociedade ocidental preferiu ignorar os seus idosos e os seus saberes, surgem agora novas filosofias que apontam para idosos que procuram ser ativos e independentes durante mais tempo e famílias que procuram soluções para poderem cuidar e desfrutar dos seus país e avós dentro do seio familiar.
As redes de apoio domiciliário têm sido bem acolhidas pelas pessoas que desta forma conseguem, em alguns casos, ter acesso a cuidados adicionais dentro da sua casa sem terem de ser institucionalizadas.
Para aqueles que não têm outra possibilidade, a falta de lares ou dificuldade em arranjar um local onde os idosos possam ser acolhidos permanece.
Mais 1575 novas respostas no Algarve até 2012
Cada caso é um caso, e cada idoso tem necessidades diferentes. Se para alguns um apoio domiciliário para a comida, higiene e de saúde pode ser suficiente, para outros, os Centros de Dia são locais mais adequados onde têm a vantagem de poderem conviver com outras pessoas e regressar ao final do dia para a sua casa.
Os lares de terceira idade ou casas de repouso acabam por ser uma resposta mais radical mas que os responsáveis admitem que não é escolhida de ânimo leve.
Na Santa Casa da Misericórdia de Loulé, uma elevada percentagem dos utentes tem mais de 80 e 90 anos. “Temos uma senhora que vai fazer 101 anos! É cada vez mais acima dos 80 anos”, comenta a diretora técnica, Irene Silveira.
No Algarve, a Segurança Social, as autarquias e as Instituições Particulares de Solidariedade Social têm arregaçado as mangas a propósito desta matéria. Através do Programa de (…)
Os extremos e as dificuldades
Se por vezes já é complicado e exaustivo para as famílias cuidarem dos seus idosos acamados ou com problemas de saúde e mentais exigentes e a institucionalização se torna uma opção quase obrigatória. Noutros casos, os idosos têm os mesmos problemas mas têm a agravante de não ter familiares para garantir algum apoio e carinho. Muitos destes casos têm como porta de entrada as urgências dos hospitais.
Muitas vezes as épocas festivas e nos períodos de férias são referidos como momentos particularmente desafiantes para os hospitais com os chamados abandonos de idosos.
O Jornal do Algarve contactou os Serviços Sociais dos Hospitais do Algarve onde os técnicos garantem não ter conhecimento de muitos casos de abandono.
“Os idosos quando chegam ao hospital é sempre por situações clínicas. Depois poderão de facto ser situações sociais, mas chegam cá por razões clínicas em que os Serviços Sociais tentam criar condições para que a alta clínica coincida com a alta social”, explicou a técnica social Sónia Pimpão, do Hospital de Faro.
“Não assistimos que seja no Verão, nas férias ou no Natal como se fala. O Natal coincide com o período do frio e das gripes (…)
Opções para todas as carteiras
Quando chega o momento de decidir que um idoso precisa de ir para um espaço onde possa ter cuidados adequados a necessidades a que a família já não consegue responder, surgem sempre as questões: Onde? Quanto é a mensalidade? Que tipo de qualidade de cuidados vai ter? Onde haverá vaga?
Embora na região exista uma grande percentagem de lares geridos pelas Santas Casas da Misericórdia e outras IPSS, com preços normalmente calculados face aos rendimentos do idoso e da sua família, existem ainda vários lares e casas de repouso privadas. No lado dos espaços dirigidos por privados, é importante ter em conta que também aqui a carteira de serviços e atividades difere de espaço para espaço à semelhança das mensalidades.
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Namoricos e Casamentos
Ao início, a adaptação a um meio estranho não é fácil. Mas com o passar do tempo, os colegas de lar começam a conhecer-se e a ganhar novas amizades. Às vezes, carinhos especiais que até chegam a levar algumas pessoas novamente ao altar.
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“É natural, porque a vida é feita de afectos”, concluiu.
Universidades da Terceira Idade
“É necessário que eles dividam a vida contemplativa com a vida ativa”, defende Figueiredo Santos.
Quando a saúde e mobilidade não são questões que condicionam a vida dos cidadãos seniores, a vontade de viver, de conviver e de aprender ganha uma nova dimensão.
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[Texto publicado na íntegra na edição papel de 30 de Setembro de 2010 do Jornal do Algarve]