O governo fala num resultado histórico. Um aumento global de 18% dos totais admissíveis de capturas (TAC) e quotas de pesca para 2015 que vai permitir a Portugal pescar mais 17 mil toneladas de peixe.
O maior aumento diz respeito à captura de carapau (67%). Os armadores portugueses vão poder pescar um total de 45 308 toneladas. Nas contas do executivo, esta subida permite reduzir a importação de carapau no valor de 16 milhões de euros.
Portugal ganha também na quota do tamboril (14%) e do biqueirão (10%). No caso do lagostim, a Comissão tinha proposto um corte de 10% mas a quota acabou por aumentar 15%. “Conseguimos pôr fim a dez anos de redução de quotas no lagostim”, congratulou-se a ministra da agricultura e do mar.
Já no que diz respeito à pescada – que era também uma prioridade assumida pelo governo – mantém-se o corte de 15% proposto por Bruxelas. Assunção Cristas diz, no entanto, que Portugal não será prejudicado porque se conseguiu aumentar o equivalente a 49 dias de pesca no mar para esta espécie.
“No ano passado, não conseguimos gastar toda a nossa quota, nem chegámos aos 70% e uma das razões invocadas era que não tínhamos dias suficientes de mar”, justificou a ministra.
Corte no bacalhau
Em 2015, os armadores portugueses vão poder pescar menos 288 toneladas de bacalhau, num total de 8134 toneladas.
Trata-se, no entanto, de um valor que não esteve em negociação no Conselho dos Ministros do Mar e Pescas que decorreu esta terça-feira, em Bruxelas. A redução global de 3% na quota de bacalhau para Portugal tinha sido fechada anteriormente entre a União Europeia, a Noruega e a Organização das pescas para o Atlântico Noroeste (NAFO).
A ministra desvaloriza a queda referente a 2015 com uma subida de conjunto de 30%, da quota de bacalhau, nos últimos quatro anos.
“As quotas aqui discutidas não incluem o bacalhau porque esse, muitas vezes, até é revisto durante o ano, com novas negociações”, acrescentou.
O governo garante ainda que o aumento do número de toneladas que podem ser capturadas em 2015 foi baseado em pareceres científicos. A sustentabilidade dos stocks de peixe é uma das preocupações da Política Comum das Pescas.
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